Importantes por toda a vida, mas principalmente nessa jornada, manter o corpo bem nutrido é primordial para manter a saúde na gravidez. Pensando nisso, separamos um conteúdo exclusivo sobre as principais vitaminas para gestantes. Descubra o que você precisa saber sobre nutrientes, vitaminas e minerais na gravidez agora.
Ácido fólico
O ácido fólico é uma das vitaminas mais recomendadas na gravidez. Inclusive, o Ministério da Saúde indica a suplementação de ácido fólico para todas as mulheres em idade fértil.
Descubra a importância e os benefícios do ácido fólico:
- Atua no processo de multiplicação das células e na formação de proteínas estruturais da hemoglobina
- Previne defeitos no tubo neural do feto, formado no momento inicial da gravidez
- Reduz até 75% o risco de má formação
- Previne casos de anencefalia
- Previne paralisia dos membros inferiores
- Previne incontinência urinária e intestinal dos bebês
- Previne diferentes graus de dificuldades de aprendizagem e transtornos mentais
Sendo assim, não espere engravidar para suplementar, consulte um profissional da saúde para ter a melhor recomendação de suplementação de ácido fólico.
Vitamina B12
A vitamina B12 é uma das vitaminas essenciais na gestação. Ela atua no processo de formação de células do sangue (os glóbulos vermelhos) e age no sistema nervoso, colaborando com a formação dos neurônios e para a saúde e funcionamento do tecido nervoso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a vitamina B12 é fundamental para a prevenção de danos em relação ao fechamento do tubo neural e outras possíveis desordens neurológicas em bebês.
Estima-se que 1 em cada 20 adultos possuem deficiência de vitamina B12. Por isso, consulte um profissional da saúde e faça a suplementação adequada para o seu caso.
Vitamina K
A vitamina K é essencial na gravidez, sua deficiência pode ser um fator de risco para mães e bebês. Inclusive, o Ministério da Saúde recomenda a aplicação de injeção intramuscular de vitamina K nos recém-nascidos por causa da deficiência da substância nas gestantes.
As pesquisas mostram que a suplementação de vitamina de vitamina K durante a gravidez:
- Melhora a coagulação da gestante e do cordão umbilical, reduzindo casos graves de hemorragia nos recém-nascidos e de abordo espontâneo.
- Pode aumentar a oferta de vitamina K para o bebê e ajudar na coagulação até o 5° dia de vida - caso for suplementado pela mãe pelo pelo menos 10 dias antes do parto.
Colina
A colina está envolvida em todos os estágios da reprodução inicial, desde a fertilidade básica e a saúde dos óvulos, até o apoio específico à fertilização e à implantação. Ela está ligada a diversos processos vitais, desde a produção de energia até o desenvolvimento cerebral de crianças.
Embora esteja presente em muitos alimentos, há poucos polivitamínicos pré-natais no mercado com colina. Além disso, menos de 10% das mulheres grávidas conseguem atingir os níveis necessários através da alimentação.
A colina desempenha um papel essencial:
- No desenvolvimento do feto e nas funções da placenta: a colina é responsável pela vascularização da placenta que, se não estiver adequada, pode levar a problemas gestacionais como:
- problemas de crescimento por falta de transporte de nutrientes;
- mal desenvolvimento neural do feto;
- pré-eclâmpsia (uma condição onde a pressão arterial da gestante pode causar o desprendimento da placenta)
- aumentar o risco de parto prematuro, com mais riscos ao bebê, além de morte da mãe por falta de tratamento adequado.
Assim, é importante ficar atento à ingestão de alimentos ricos em colina e, caso necessário, fazer a suplementação adequada. Os alimentos ricos em colina são:
- Fígado de bovino: 1 fatia (68g) contém 290mg
- Fígado de frango: 1 fatia (68g) contém 222mg
- Ovos: 1 ovo cozido grande contém 113mg
- Bacalhau fresco: uma porção de 85g contém 248mg
- Salmão: um filé de 110g contém 62,7mg
- Couve-flor: 1/2 xícara (118ml) contém 24,2mg
- Brócolis: 1/2 xícara (118ml) contém 31,3mg
- Óleo de soja: 1 colher de sopa (15ml) contém 47,3mg
Ômega 3
O ômega 3, ou óleo de peixe, é um ácido graxo poli-insaturado, ou seja, gorduras essenciais que são importantes para uma boa saúde e bem-estar.
No período gestacional, há algumas situações que podem alterar a quantidade de ácidos graxos no corpo. Por exemplo, alimentos com baixo teor nutricional, consumo de óleos e gorduras com alto teor de ômega-6, gestações frequentes e múltiplas, podem alterar a o aporte de ômega 3.
As vantagens de se consumir ômega-3 na gravidez são:
- Reduzir as taxas d eparto prematuro
- Melhorar de maneira significativa o peso do bebê ao nascer
- Fornecer a quantidade ideal de ácido graxo para o crescimento cerebral do bebê (principalmente no primeiro trimestre)
- O feto não possui capacidade para sintetizar ácidos graxos essenciais, sendo que esse suprimento é feito exclusivamente através da placenta
- Ajuda a evitar a depressão pós-parto.
Por fim, concluímos que a alimentação e a suplementação podem definir a saúde da mãe e do bebê antes, durante e depois da gestação. Portanto, mantenha a atenção com a sua nutrição e consulte um profissional da saúde para conhecer a melhor suplementação para você.
Dra. Patricia Lazzarotto BellicantaFarmacêutica Clínica especialista em Suplementação
CRF/SP: 103632
REFERÊNCIAS
Innis SM. Impact of maternal diet on human milk composition and neurological development of infants. The American Journal of Clinical Nutrition. 2014; 99(3):734s-41s.
Dias LPP, Martins ICVS, Cordeiro KS, Nunes JDC. Ácidos graxos essenciais Ômega-3 e Ômega-6 no leite materno e sua associação com o desenvolvimento infantil: revisão de literatura. FEMINA, 2014; 42(5):225-228.
Patin RV, Vítolo MR, Valverde MA, Carvalho PO, Pastore GM, Lopez FA. Influência da ingestão de sardinha nos níveis de ácidos graxos poliinsaturados da série Ω3 no leite materno. Jornal de Pediatria, Porto Alegre. 2006; 82(1).
Silva DRB, Miranda Júnior PFM, Soares EAS. A importância dos ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa na gestação e lactação. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife. 2007; 7(2):123-133.
Zeisel SH. Choline: needed for normal development of memory. J Am Coll Nutr 2000;19:528S–531S.
Shaw GM, Carmichael SL, Yang W, Selvin S, Schaffer DM. Periconceptional dietary intake of choline and betaine and neural tube defects in offspring. Am J Epidemiol. 2004 Jul 15;160(2):102-9. doi: 10.1093/aje/kwh187. PMID: 15234930.
NutritionData. Foods highest in choline. Disponível em: <https://nutritiondata.self.com/foods-000144000000000000000-1w.html>
Shahrook S, Ota E, Hanada N, Sawada K, Mori R. Vitamin K supplementation during pregnancy for improving outcomes: a systematic review and meta-analysis. Sci Rep. 2018 Jul 30;8(1):11459. doi: 10.1038/s41598-018-29616-y. PMID: 30061633; PMCID: PMC6065418.
Anai T, Hirota Y, Yoshimatsu J, Oga M, Miyakawa I. Can prenatal vitamin K1 (phylloquinone) supplementation replace prophylaxis at birth? Obstet Gynecol. 1993 Feb;81(2):251-4. PMID: 8423960.
Nithya Sukumar, Snorri B Rafnsson, Ngianga-Bakwin Kandala, Raj Bhopal, Chittaranjan S Yajnik, Ponnusamy Saravanan, Prevalence of vitamin B-12 insufficiency during pregnancy and its effect on offspring birth weight: a systematic review and meta-analysis, The American Journal of Clinical Nutrition, Volume 103, Issue 5, May 2016, Pages 1232–1251, https://doi.org/10.3945/ajcn.115.123083
Baker H, Frank O, Thomson AD, Langer A, Munves ED, De Angelis B, Kaminetzky HA. Vitamin profile of 174 mothers and newborns at parturition. Am J Clin Nutr 1975;28:59–65.